Durante a última sexta, sábado e este domingo tivemos a h2hc mais uma vez. Esta foi a minha primeira h2hc mas gostaria de fazer alguns comentários sobre ela.
Primeiro de tudo gostaria de parabenizar à organização. Ultimamente no Brasil eu tenho visto um “excesso” de eventos e na grande maioria deles, mal organizados, sem infraestrutura e com palestras/palestrantes “repetitivos”. Nas duas últimas conferências que fui (Slackshow e H2HC) eu pude ver que no Brasil também existem boas conferências.
Nesta minha crítica às conferências quero deixar claro que não incluo o FISL. Não posso dar nome aos bois pois estou baseando essas minhas argumentações em experiências passadas e também no relato de pessoas que estiveram em outros eventos.
O que costuma acontecer no Brasil é uma vontade enorme por parte dos organizadores em quererem abraçar o mundo e acabam esquecendo do básico: palestras de conteúdo e infra-estrutura. Ficam querendo ter ‘n’ dias de conferência, ter um logotipo chamativo, chamar “estrelas” internacionais, etc… e acabam caindo na mesmisse dos mesmos palestrantes e na hora H ficam batendo cabeça e o resultado são conferências com palestrantes de ego inflado que não conseguem conversar com o público, acesso nulo ou porco à Internet, espaços vazios e/ou excesso de banners e patrocinadores que vão de encontro com a filosofia da conferência.
Talvez seja isso que esteja faltando: filosofia. A H2HC e o Slackshow esse ano deram show no quesito filosofia. A Slackshow cumpriu seu papel com palestras técnicas para técnicos, simplicidade e boa organização (KISS). A H2HC não precisou “vender-se” para empresas que nada tem a ver com o mundo que a conferência representava. Com certeza a H2HC conseguiria encontrar inúmeros patrocinadores, mas poucos corresponderiam à filosofia da conferência. Dessa forma, os organizadores preferiram tirar dinheiro do próprio bolso, deixar de lado ‘frescuras’ como coffee break cheio de bolachinhas e docinhos (compraram café mesmo e pronto =) ) e trazer um palestrante de Israel que falou sobre um tópico extremamente interessante.
Tivemos ainda a presença de mais 2 argentinos que vieram por conta própria não usando nenhum dinheiro da organização. Vejam que não sou contra o financiamento de palestrantes, mas quando estes tem condições de ir até o local da conferência com seu próprio dinheiro, qual seria a razão de utilizar uma grana que poderia ser convertida em melhorias de marketing e organização da própria conferência ?
Com relação aos palestrantes houve uma preocupação com o background dos palestrantes de forma que tivéssemos conteúdo de qualidade sendo apresentado. O pessoal de Recife (www.rfdslabs.com.br) mandou muito bem em suas palestras mostrando que a scene brasileira está sobrevivendo mesmo após um “sumiço” no início desta década. Lembrando todos que no começo do ano tivemos o lançamento de uma zine brasileira chamada “The Bug”: www.thebugmagazine.org.
Dessa forma fico muito feliz com a realização desta H2HC onde pudemos sentir um gostinho de comunidade sendo criada ao redor do hacking e vendo que não tivemos nenhuma manifestação de ego inflado durante a conferência, nem mesmo por parte dos palestrantes internacionais, que conversavam com todos e davam atenção a todos.
PS: link para a palestra de lockpicking: http://labs.morpheuz.eng.br/lockpicking/
pensei em ir mas nao pude na h2hc. quem sabe na próxima…
acabei de ver seu blog por aqui, legal pra caramba, hein morpheuz…massa mesmo